sexta-feira, 22 de julho de 2011

IX

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Carolina sentou-se no sofá atirando pelo ar os sapatos que a incomodavam. Queria sentir-se nua, como nua estivera junto de Carlos. Despojou-se da roupa bonita que tinha vestido para aquele encontro desejado. Deitou-se e envolta em boas recordações adormeceu. Quando acordou já Manuel se encontrava em casa para almoçar, o almoço estava por fazer e agora que desculpa dar? A roupa espalhada pela sala, os sapatos cada um em seu sítio, Carolina nua e a dormir, denunciavam a saída. Que dizer? Carolina levantou-se completamente desorientada, mas logo sua mente funcionou rápido e disse: - Não me sentia bem fui dar uma volta para desanuviar, cheguei extenuada despi-me e sem saber como adormeci, acordei agora quando entraste. Nem tudo era mentira, nem tudo era verdade. Manuel aquiesceu, dirigiu-se à cozinha abriu o frigorifico de onde tirou a caixa onde estava a sopa feita no dia anterior e que ele tanto gostava. Aqueceu-a e comeu com gosto, de seguida fez umas tostas mistas com queijo e fiambre que comeu acompanhadas de um Compal de pêssego, por fim ligou a máquina do café bebendo um de um trago. Saiu sem nada dizer, aborrecido mas de estômago cheio.

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VIII

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Tantas perguntas sem resposta que o atormentavam.
Carolina, também ela se atormentava com tudo isto, especialmente com o próximo encontro, onde e quando seria? As saudades já eram muitas. Não se via a abdicar de Carlos definitivamente.
Os telefonemas e os sms´s mantinham-se com o fogo da paixão que os unia. Mas não chegava para nenhum deles. Faltava-lhes o tacto, o cheiro, a visão e sentir real do amor que os mantinha vivos e lhes dava alento. Nem os mms’s lhes aliviavam o sentir, antes pelo contrário aumentava-lhes o desejo, a tesão, a loucura do reencontro tão ambicionado.
Os dias passavam lentos. As horas pareciam meses e os dias eram anos intermináveis. Até que um belo dia Carlos telefona e diz que já encontrou um local perto de Carolina onde se podem encontrar sem quaisquer problemas. Disse que tinha encontrado esse novo hotel na internet. Falou também que tinha andado à procura no jornal e tinha por lá visto vários outros sítios possíveis. Mas aquele achava ele, seria o mais indicado para a localização de ambos em relação ao mesmo. Combinaram o dia e a hora.
Ao desligar o telemóvel Carolina quase pulava de contentamento. Finalmente ia estar de novo nos braços daquele homem que a levava à doce loucura.
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domingo, 10 de julho de 2011

VII

Afinal aquele quarto de hotel que já quase parecia ser deles, esperava-os de braços abertos (portas) para o reencontro da ausência a que tinham sido forçados a manter daquele amor ardente em que a paixão e o prazer eram sinónimo de tesão e sexo. Quanta saudade sentida por Carolina e Carlos dos beijos, das carícias, dos mimos, das palavras carinhosas, da ternura incontida no prazer dado e sentido nos momentos vividos entre ambos.
O encontro, o reencontro, o momento.
- Amor da minha vida estás tão bonita.
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quinta-feira, 7 de julho de 2011

VI

Aquelas férias, também aquelas férias seriam em tudo diferentes para Carolina e Carlos. Os segundos passavam na visão dos momentos já vividos a dois. Nas imagens dos espelhos que os acompanhavam reflectindo os devaneios românticos e sexuais passados naquele quarto de hotel. Nos sms’s trocados onde eram recordados por palavras meigas aqueles mesmos momentos. Os beijos trocados, as carícias sentidas, os afagos de carinho, a tesão partilhada nos orgasmos fluidos no delírio da paixão. E assim, longe mas perto em pensamento, o tempo decorria na espera do reencontro.
Carolina também ela na sua casa de praia na zona da Ericeira, passava os seus dias com o Manuel, seu marido, por quem nutria um carinho e amizade muito grandes e de quem nunca pensara separar-se. Era o seu companheiro de uma vida. Apoiavam-se mutuamente nos bons e nos maus momentos. Dias iguais a tantos outros já passados naquele casa, naquele lugar não fossem os sms’s de Carlos, aqueles que traziam uma nova forma de ver a vida, de sentir e de pensar.
Preocupava-a agora como iria arranjar oportunidades para se encontrar com o amor da sua vida, pois os testes que andara a fazer já tinham terminado e não sabia como justificar novas saídas a sós sem o marido coisa que normalmente não acontecia. O que dizer? Como fazer? A sua cabeça girava num turbilhão de hipóteses sem que encontrasse uma que fosse plausível.
Foi um verão muito quente aquele de 2005 e no Algarve a temperatura subiu bastante. Carlos já estava habituado a temperaturas altas pois o seu Alentejo também era farto em calor, mesmo assim aquele ano pareceu-lhe mais quente, mais longos os dias. Ao final da tarde ia passear à beira mar imaginando a sua sereia junto dele afagando-lhe o rosto, trazendo uma nova aragem para refrescar o seu pensamento quente de loucura e ardente de paixão. Mas ela apenas estava em pensamento e nada mais.
Nesses passeios Carlos tentava pôr em ordem problemas profissionais que iriam surgir após as férias e que alterariam a sua vida a todos os níveis, inclusive os encontros com Carolina.
Carlos tinha atingido os cinquenta e cinco anos de idade e o governo estava a propor a reforma antecipada aos seus empregados, tendo sido Carlos um dos escolhidos no departamento onde trabalhava. Iria para casa. Sua mulher Isabel ainda trabalhava. Como passaria os seus dias? Como se encontraria com Carolina? E onde? Ficaria para trás aquele quarto de hotel que já parecia ser deles. Parte da sua vida ficava por ali parada no tempo.
- Ai amor estou a sentir a tua boca quente envolvendo o meu pénis erecto para ti.
- Quero beijar a tua ..... doce e sentir o teu ........ só para mim.
Estes e muitos outros eram os sms’s enviados por Carlos que deliciavam Carolina, aos quais respondia com carinho mas moderação, ainda não conseguia expandir assim os seus desejos. Os prazeres já vividos entre eles.
E aqueles intermináveis trinta dias finalmente chegaram ao fim.
Melhores dias viriam. Era o que ambos pensavam.

domingo, 3 de julho de 2011

V

Quanta ansiedade existia em ambos na espera de novo encontro. Os dias pareciam anos e as semanas eram uma eternidade.
Nesse espaço de tempo o que os reconfortava eram os sms’s e os email’s trocados cheios de palavras doces onde eram recordados os momentos já vividos entre eles. Aqueles abraços, aqueles beijos, aqueles toques, aquele sentir de corpos nus entrelaçados na paixão que os envolvia de desejo partilhado. Momentos que jamais seriam esquecidos por qualquer um deles.
Estavam a chegar as férias de Carlos em que iria com a sua família, mulher e filha, para uma casa que possuía no Algarve onde por vezes também passava os fins de semana. Como iriam estar um mês sem se verem, sem darem tréguas à tesão que sentiam ao pensarem um no outro?! Complicado só de pensar.
Combinaram então encontrar-se antes do inicio dessas férias assustadoras.
De novo no tal hotel, no mesmo quarto de sempre, deram liberdade aos sentimentos e deixaram que o momento fluísse.
- O teu corpo é tão lindo … suave … macio… tens um corpo de menina …
Enquanto dizia estas lindas palavras Carlos beijava delicadamente o corpo nu de Carolina que se encontrava deitada de barriga para baixo, naquela cama daquele quarto que já era como se fosse deles. Não se mexeu nem sequer falou. Limitou-se a sentir aquela boca que adorava beijar escorregando suave pelo seu corpo. Estremecia de prazer. Jamais imaginara ser possível um sentimento, uma loucura tão grande e boa como a que estava a viver nos momentos passados junto de Carlos.
Carlos virou-a como se estivesse a mexer numa boneca de porcelana. Um carinho e um cuidado impensável.
- Querida vamo-nos beijar mutuamente?
Ao dizer isto Carlos moldava Carolina à posição pretendida para que ambos fizessem sexo oral um ao outro.
- Que loucura!
Carolina contorcia-se de prazer. Calada, vivia aquele momento único e primeiro na sua vida. Tanto tempo perdido.
Voltaram à posição dita normal e beijaram-se trocando sabores de amor expelidos na paixão da loucura vivida naquele momento. Continuaram trocando prazeres, mudando de posições sucessivamente, os beijos eram mais que muitos variados e saborosos. Deleitavam-se na loucura do amor, da tesão, da paixão e do sexo. Há quase uma hora que se encontravam no tal quarto, do tal hotel que quase parecia ser deles, deixando fluir o pensamento sem quase respirarem e sem se aperceberem que o tempo lhes fugia, tinham que se apressar
- Amor como queres vir-te?
- Não sei, tu é que sabes.
- Amor diz, como gostas mais?
- Gosto de todas as maneiras.
E era verdade. Carolina estava a viver um conto de fadas onde tudo era uma deliciosa novidade. A cada minuto junto de Carlos era uma nova vivência sexual, um novo desafio, uma nova aventura.
Carlos num ritmo acelerado já não conseguia prolongar por mais tempo o saciar daquele desejo incontido
- Vem-te amor, já não aguento, vou-me vir… hum…
- Vieste-te querida?
- Sim.
De corpos suados, transpirados, entrelaçados num abraço apertadinho mantiveram-se mais um pouco, sentindo já saudades um do outro. O tempo urgia e eles tinham que se separar. Saltaram da cama e dirigiram-se para a banheira que os aguardava para um duche relaxante.
Um beijo, um abraço, um até depois. Depois das férias.